quarta-feira, novembro 03, 2010

Algumas ideias sobre a vacinação

É verdade que às vezes só damos valor a determinados temas, porque pensamos que são senso comum e não nos lembramos deles. Mas ao ler um texto hoje num site sobre bosques da noruega apercebi-me que muitas vezes os criadores e os novos donos aceitam tudo o que lhes dizem por falta de informação, sem contestar. 

Apesar de a opinião poder ser bastante avalizada, é necessário ter em consideração não há ninguém que saiba tudo ou quase tudo sobre gatos, tal como algumas facetas da natureza humana ainda são um mistério para todos nós. E se considerarmos que a investigação veterinária não recebe o mesmo investimento financeiro que a medicina humana podemos perceber as razões de tal atraso.

A vacinação é um aspecto muito importante da vida de um gato e não deve ser descurada. Espero que o descrito abaixo vos ajude a tomar a melhor decisão, seja esta qual for, em consciência.

Um programação de vacinação adequado inclui sempre a vacina trivalente, que protege contra as estirpes mais comuns de panleucopénia, coriza e calicivirose. É dada às oito semanas, com reforço às 12, e depois anualmente. Mesmo um gato que não saia de casa ou tenha tido contacto com outros gatos deve ser vacinado, porque os vírus sobrevivem algumas horas no meio-ambiente e podem ser transportados por nós para casa, nos sapatos, na roupa ou na pele.

A raiva não é um problema em Portugal e um gato que não saia do país não terá aparente necessidade de ser vacinado, embora não haja qualquer problema em fazê-lo just in case. O mesmo não se pode dizer do FeLV, do FIV e do PIF.

A vacina contra a leucose felina (FeLV) pode ter efeitos secundários sérios, como o aparecimento de tumores ou, de acordo com alguns estudos publicados nos finais da década de 90, provocar uma falha no sistema imunitário que «abra a porta» a doenças ainda mais graves, como o PIF.

Existe também uma vacina contra o vírus da imuno-deficiência felina (FIV), que é semelhante ao HIV humano, mas que está muito longe dos 100 por cento de eficácia e que cria sérios problemas ao veterinário porque a partir do momento da vacinação o gatinho acusa positivo a todos os testes e fica impossível detectar se estamos perante a doença ou apenas durante a vacina.

A peritonite infecciosa felina (PIF) é fatal e resulta da mutação de um vírus intestinal, inofensivo no seu estado normal, chamado coronavírus. O que provoca a mutação é ainda um terreno desconhecido para a ciência veterinária, mas acredita-se que possa ser o conjunto de vários factores: stress, falha do sistema imunitário e predisposição genética, entre outros. Não há testes de diagnóstico eficazes, apenas depois da morte, o que é obviamente tarde de mais. Existe uma vacina para o PIF, sem grandes índices de probabilidades, com a agravante de poder-se estar a introduz um vírus, embora em fase dormente, num gato que pode nunca ter tido ou vir a ter contacto com este.

Nos casos do FeLV e do FIV, os testes sanguíneos em laboratório são bastante fiáveis e é preferível testar e manter os gatinhos resguardados sem contactos com outros gatos sem exames feitos. No caso da leucose felina um gato infectado mas que apresente um sistema imunitário forte pode livrar-se do vírus (embora haja a possibilidade de que fique dormente na espinal medula e reapareça mais tarde), por isso é importante testar ao longo da sua vida e evitar ao máximo as situações de stress. Por sua vez, um gato não morre de FIV, mas das doenças que se aproveitam da imunodeficiência felina. É possível que sobreviva durante vários anos se mantidos elevados cuidados de higiene num ambiente bastante protegido.

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